
O bugio nasceu na serra,
não era quente nem frio,
roncou na mata serrana,
que todo serrano ouviu.
Até Deus, lá nas alturas,
olhou pra baixo e sorriu,
gritou pra todos os anjos:
- esse compasso é bugio!
Se espalhou pelo Rio Grande
em um tom de desafio,
do litoral à fronteira
todo gaúcho aderiu;
pra contagiar todo pampa,
cortou mato, campo e rio.
Baile deixa de ser baile,
se não tocar o bugio.
Óh! Serra bendita,
de onde o compasso saiu,
é o balanço galponeiro,
mais bonito ninguém viu;
até turista estrangeiro
ao ouvir não resistiu.
O Rio Grande é mais Rio Grande
no compasso do bugio.
O serrano é testemunha,
foi pra lá que ele surgiu,
depois desceu serra abaixo
o compasso do bugio!