
Hoje me bateu uma saudade.
Talvez, que me bate sempre sem avisar.
Talvez vá embora sem recados deixar;
ou se prepare como um leão a rugir.
Mas é saudade, deve existir.
Mostra os bons momentos,
sem fazer esquecer que outros virão;
mas que aqueles marcaram.
Bateu saudade.
Talvez, daqueles mates.
Bateu a saudade forte.
Talvez, do poente que se mirava.
Era bueno o amargo cevado
que, na verdade, a amizade cevava.
E aquele mate que se estendia
não era a hora do dia,
mas, sim, o companheirismo que rendia,
do sabor amargo, o acalento do coração.
Se dizia sobre paixão,
sobre potros e guitarras;
se estendia conversas
e se davam gargalhadas.
Nada morreu, nada se foi.
De tudo sobrou a alegria,
sobrou, na imaginação, a fantasia
daquele amargo, de novo, cevado.