
Velho rancho de madeira,
coberto de santa-fé;
rude construção campeira,
às vargens do Capané.
Foste meu primeiro abrigo
e o aconchego dos meus pais,
rodeado pelo arvoredo,
à beira dos arrozais.
Criei-me sob o teu teto,
não esquecerei jamais;
brinquei com tropas de osso,
nas sombras dos laranjais.
Velho rancho amigo,
saudades guardo de ti;
reminiscências do outrora,
dos meus tempos de guri.
A inclemência do tempo
derrubou portas e janelas;
ainda ouço o barulho do vento,
na batida das tramelas.
Chuva guasqueando na quincha,
vento minuano ou geada;
vislumbro teu vulto sublime,
no lusco-fusco da estrada.