
Parceiro da gauchada
do pampa continentino,
na altivez do teu tino
se fez lenda e se fez mito.
Muita gente tem escrito
descrevendo tua estampa
de "Sentinela do Pampa",
no prenúncio do teu grito.
Sempre alerto nas coxilhas,
não tem dia não tem hora,
o teu grito, goela afora,
vindo da várzea deserta,
deixa a peonada em alerta
com teu aviso bendito;
e conforme o jeito do grito,
é mensagem muito certa.
Taura vstido de penas,
estampa de realeza,
no teu grito uma defesa
que o campeiro tem orgulho,
desse teu santo barulho,
noite a dentro, na coxilha,
qual vigiador farroupilha
bombeando sobre o mangrulho.
Miniatura de guerreiro,
da vigília não descansa,
em cada asa um lança,
pronto a pelear com entono.
Não dormes a pleno sono,
qual Sepé diante do luso,
gritando alto ao intruso,
que esta terra tem dono!
Observando o teu jeito,
no teu viver e cantar,
aprendi a te amar
no mais divino cambicho.
Quero saudar-te, a capricho,
grtando neste meu verso:
gracias Patrão do Universo,
por ter criado este bicho!