
Existem muitas taperas,
por este Rio Grande afora,
simbolizando a Querência
da gente que foi embora,
e a deixaram solita
no descampado de agora,
restando apenas recuerdos
do rancho que foi autrora.
Tapera de muitos contos,
assombrações e dinheiro;
de derruídas paredes,
com casas de João Barreiro;
da quincha sobram pedaços,
que o velho vento Pampeiro
espalhou no pátio afora,
pela ausência dos caseiros.
Ainda resta um umbú,
que pra sombra foi plantado;
e pela volta da casa
pedaços do aramado,
no potreiro e no açude,
de aguapés atulhado;
são vestígios de um lugar,
que um dia foi habitado.
Tapera, quantas saudades
dos antigos moradores,
que por força do destino
embrenharam corredores;
o tempo foi consumindo
os teus lindos esplendores,
te deixando abandonada,
tapera dos meus amores.
Da cacimba resta pouco,
a água já não se expande;
só ficou, mesmo, recuerdos
daquela vertente grande.
Só eu te exalto, tapera,
por onde quer que eu ande;
és primeira formação,
ostentando este Rio Grande!