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06/11/2010
19:51:10 |
A SUPREMA PAZ |
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A paz é mais que um evento, sutil em sua unidade. Possui mais diversidade que da terra ao firmamento. A paz de estacionamento, por plasmada, nada faz, ensimesmada lhe apraz beber do egocentrismo. Por ser paz de egoísmo Não é a suprema paz. A paz de quem não agride com falso olhar sereno, por não judiar do pequeno se julga grande e regride. Pela empáfia não progride, pois tem ganância mordaz. Dança a vaidade fugaz na guerra embaixo dos panos, sendo paz de ares profanos Não é a suprema paz. A paz falsa que consola pondo-lhe a mão na cabeça. Ao contrário que pareça produz falácia e enrola, num discurso que controla a inocência que ali jaz. É uma paz incapaz de acalmar alheia dor. Por ser de esfera inferior, Não é a suprema paz. A paz trançada em tratados, em contrato ou carta régia, é uma paz de estratégia com dois lados deformados. É paz dos desesperados que são guerreiros, aliás, com rastros de sangue atrás, apenas cessam as mortes Paz de interesse dos fortes Não é a suprema paz. A paz por necessidade por revanche do vencido é algo tão sem sentido, foge a razão da verdade. É paz sem cumplicidade que um passo em falso a desfaz. Logo a guerra se refaz em sua arte tão ágil. Por ter fundamento frágil, Não é a suprema paz. Paz de interesse vulgar, gesto de falso cortês, salgada de insensatez é gota doce no mar. Mistura-se ao seu azar e por mais que seja audaz torna-se ineficaz de vestir-se em cortesia. Por ser paz de antipatia Não é a suprema paz. A paz de estar solito no meio da multidão ou de arder em solidão em seu recinto restrito. É paz que sufoca o grito da realidade vivaz. Por sonhador contumaz, se torna um autorrecluso. Por ser a paz de um confuso, Não é a suprema paz. A paz de grande festejo só vestida de aparência é uma paz sem consciência de destorcido desejo. Rolam moedas ao tejo na extravagância voraz. Quase ninguém é capaz de conter farto consumo. Por embriagar seu rumo Não é a suprema paz. Paz de alardes frenéticos de falatórios inúteis com protagonistas fúteis e resultados patéticos, atropela atos éticos, mostra vistoso cartaz, porém quem é perspicaz pouca atenção lhe demanda, porque a paz de propaganda Não é a suprema paz. Contudo, a paz de verdade tem sopros de onipotência, de compreensão, clemência, fé, justiça e caridade, de infinita bondade, de servidor pertinaz, de amoroso tenaz, vendo a todos como seus. Só a paz que vem de Deus É sim, a suprema paz. |
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Autor:
Paulo de Freitas Mendonça |
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Poesia enviada Por:
Paulo de Freitas Mendonça - Porto Alegre / RS |
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Observações:
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