
Política, jogo insano,
jogado por muitos contra poucos:
regras gatunas,
prêmios fortunas,
inoportuna demência,
cruel indecência,
proibido a que tem conciência.
A ciência do jogo
encontra-se no logro:
rouba-se dos pobres
e até dos ricos;
curioso eu fico
e furioso, também.
Por que ainda se dá os parabéns
ao vencedor de codinome ladrão,
elegendo-o de novo,
pelo mandante, o povo,
na próxima eleição?
Jogo de lixo e escória,
que através da História
teima em sobreviver;
por vezes, se tenta conter
esta ilícita jogatina.
Porém, as aves de rapina
disfarçam-se de Homens,
e estão, sempre, de plantão;
e a carne magra do pobre
é sua principal refeição.
O que dizer deste jogo profano,
de regras combinadas,
se ao final do carteado
sempre se perde a parada?
E o povo jogador, "voluntário",
insiste na esperança fútil
de um relés otário?
Ao jogador marcado
o premiado: o numerário.
Na há regra contrária,
pois é o guardião de todo o erário.
E quem pensa o contrário
jazz sem vida, pelo sistema viário.
Que maldito este jogo inventado,
controlado e guardado
por cegos, surdos e mudos!
Os personagens da guarda?
A amarga população;
com razão sem opção,
atônita e sem ação!