
Rebenta a noite, de trás dos galpões,
enquanto mateio meus pensamentos,
lá junto do rancho-abrigo.
O pingo me mira, mui quieto;
parece que sofre comigo
a desventura de viver e morrer todo dia,
na solidão destas noites de maio.
São dias e tardes,
que despencam lá da serra;
tratando cuidar da lida,
pra esqueçer das feridas,
cruzando e rompendo os campos,
mateando a saudade
que me abriga e consola.
São dias e noites, iguais a esta,
na desventura de uma amor, que não veio,
na derradeira saudade, que fere como relho.
Trato de vencer o pranto
e deixo o cansaço me apaziguar;
amanhã, outra manhã nenascerá,
e a esperança plena de um querer,
por estes campos irei buscar...