
No rancho de João de Barro,
que desde o ano passado
estava desocupado,
num palanque do vizinho,
um canário amarelinho,
que casou na primavera,
usou a casa tapera
para fazer o seu ninho!
A noiva entrou na casinha,
depois de um breve exame;
o noivo pousou no arame,
trinando alegre e faceiro;
e outro macho aventureiro
pacholeou, numa revoada,
mas bateu em retirada
com um repelão bem campeiro!
E tal qual um soldado,
com sua farda amarela,
firme o fiel sentinela
cumpria a sua missão;
e, com força no pulmão,
seu canto longe ecoava,
para mostrar que mandava
na casa que foi do João!
Dois filhotes descascaram,
pra orgulho do proprietário;
e o casal de canários
comemorou a chegada;
depois deixaram a morada,
sumindo por trás do mato;
chegaram dois, saíram quatro,
ziguezagueando em revoada!