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28/03/2010
18:43:04 |
O CARANCHO E OS BRIGADIANOS |
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Tapejara: o último guasca, de Paulo Louzada
O Carancho era uma figura rara e muito conhecida em Dom Pedrito. Sempre bem pilchado, com uma bombacha verde-bandeira e demais indumentárias, andava na sua bicicleta com um baita rádio na garupa, ligado a todo o volume, escutando a Upacarai. A coisa que o vivente mais gostava de fazer era mexer com os brigadianos, mais conhecidos como pés de porco. Certa feita, nosso amigo colocou um trabuco na cintura e inticou com os milicos. Os policiais correram atrás do xiru, tomaram-lhe a arma e lhe deram uma baita tunda de laço. O Carancho, em seguida, foi em casa, voltou, e tornou a fazer a mesma coisa. Não deu outra: os brigadianos cagaram-lhe de pau novamente. Nosso amigo, então, sentou-se no banco da praça e, ali, bolou um novo plano. Foi até a padaria Brasil, comprou dois pães d'água e colocou-os na cintura. Depois, passando em frente dos brigadianos, mostrou-lhes o volume formado nas suas roupas. Os policiais militares não tiveram dúvidas: correram de novo atrás do Carancho. E o Carancho, correndo mais do eles, entrou na delegacia e colocou-se, rapidamente, em frente ao delegado. Lavantando a camisa, gritou: SEU DELEGADO, PRENDA OS SEUS CACHORROS, POIS ELES ESTÃO COM FOME, CHÊ! Os brigadianos ficaram com a maior cara de porco, digo, de pau, ao constatarem que o Carancho, daquela feita, não tinha mais armas na cintura, mas apenas pães. |
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Autor:
Domínio Público |
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Causo enviado Por:
Marlon Soares Garcia - Campo Grande / MS |
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Observações:
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