
Quem navega nessas águas
segue a Mirim na canoa
e vem singrando a lagoa;
e o rio, rumo à fronteira,
traz Jaguarão na bandeira,
traz a esperança na proa.
Quem aos pés da enfermaria
contempla o dia nascer,
volta à tardinha pra ver
o sol cair no horizonte;
e o colar de luz da ponte,
conta a conta se acender.
Cada um tem seu afago,
cada terra sua essência.
Agora eu canto o meu pago:
Jaguarão, minha querência!
Quem a mão semeia a terra,
a terra a mão abençoa,
recebe mais do que doa,
faz igual a passarinho;
se em Jaguarão tem um ninho,
volta sempre de onde voa.
Quem da Matriz do Divino
segue a avenida pro cais,
ouve o canto dos pardais
nas figueiras do mercado,
roga a Deus, ajoelhado,
pra daqui não ir jamais.
Cada um tem seu afago,
cada terra sua essência.
Agora eu canto o meu pago:
Jaguarão, minha querência!