
Tradição é força viva,
é arte, moral, cultura,
a fé, a grande fartura
da história do nosso povo,
que revivemos de novo
porque não morre e perdura.
É a própria alma da raça,
viva no peito da gente;
traz o passado ao presente,
para orientar o futuro.
E o gaúcho, pelo duro,
leva o Rio Grande pra frente.
A tradição é bagagem
da arte tradicional,
da cultura e da moral,
da mais sacrossanta crença;
é o povo que age e pensa,
em busca do próprio ideal.
Tradição é fonte viva,
é caudal, é energia;
é tutano de valia,
que sustenta a alma guasca:
pau-ferro que não lasca,
sempre de pé, noite e dia.
É a alma tradicional
desta querência charrua,
que é só minha, que é só tua,
que não nos tomam jamais,
porque os ancestrais
conquistaram à lança e pua.
Tradição também se vive
sendo fiel à família.
Ensina a lei farroupilha
que o lar merece respeito;
e quem não ama direito,
no amor sempre testavilha.
A tradição é respeito
à mulher que nos aleita,
à esposa que nos ajeita,
à filha do nosso amor,
porque a Mâe do Criador
também é mulher perfeita.
A tradição é justiça,
que o farroupilha nos traz,
ninguém sem ela é capaz
de manter a liberdade;
sem justiça, na verdade,
não é possível a paz.
Tradição é fé sincera
que a peonada de Jesus
desde as origens traduz,
aqui na plaga sulina:
a bombacha e a batina,
nosso Rio Grande e a Cruz!