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09/04/2011
20:11:38 |
MINHA ALMA DE GALPÃO |
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Quando a tarde chega ao fim, avermelhando o poente, a luz do sol, lentamente, vai apagando sua brasa; eu chego pedindo vaza pra um descanso no galpão, aonde aqueço minha alma ao pé do fogo de chão.
Lá fora uma lua branca, que chegou junto com a noite; e o Minuano, num açoite, reponta adagas, cortando, pelas frestas vai entrando no meu galpão de campanha; me aquento com o fogo bueno e algum traguito de canha.
Uma garra de pelego forra o cepo, onde me abanco; e a idéia, num solavanco, volteia tropas no tempo. E tenho o pressentimento que a noite ganhou a parada; e já que o sono não chega, proseio com a madrugada.
As labaredas, que dançam, parecem encilhar um pingo numa manhã de domingo de um setembro farroupilha; e a velha estirpe caudilha, que marcou a sangue este chão, retorna acendendo a chama da alma do meu rincão.
O pensamento, à galope, se vai, parando rodeio; saudade, mascando o freio, vai camperiando a amplidão. Na quietude do galpão o vento passa cantando lembranças de um tempo moço, que a noite vem repontando.
Eu me vejo, num repente, gineteando campo a fora; quem riscou potros de espora, no oficio de domador, ou cruzou um corredor repontando uma boiada, hoje tropeia o sono na ronda da madrugada.
Na minha idéia surrada vai desfilando o meu pago; até paro pra tornar um trago, quando a saudade me embuçala. De ansiedade perco a fala, que é por demais a emoção que o tempo vem repontando pro peito deste peão.
Assim, nesta noite inquieta sinto pulsar a querência; e nesta minha existência, enquanto estiver na Terra, cruzarei Campanha e Serra sempre cantando meu chão, levando a tropa de ânsias da minha alma de galpão! |
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Autor:
Jorge Lima |
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Poesia enviada Por:
Viviane - Sapucaia do Sul / RS |
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Observações:
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12/04/2011
21:11:25
/Deroci Moraes - Santa Maria / RS - Brasil |
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Buenacha a poesia. Parabéns! |
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Sítio:
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