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25/05/2010
10:24:52 |
SOU GAÚCHA |
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Sou gaúcha fronteiriça do velho pago liberto; nasci num rancho modesto, coberto de santa-fé... Cresci nos verdes regatos, tendo o perfume dos matos, brincando de bem-me-quer.
Sou gauchinha charrua, simples como a natureza; não conheço a tal tristeza, vivendo aqui no interior... Adoro a simplicidade; sei domar a falsidade, para não sofrer por amor.
Uso cabelos compridos e um vestido, assim, de chita; dizem que sou bonita, mas não sei se sou assim... Levanto-me bem cedinho para ouvir os passarinhos, que vêm cantar no jardim.
Já estou fazendo as lidas, quando o dia vem clareando; passo as tardes campereando, não ligo para tempo feio... Sei montar qualquer cavalo, animais xucros eu pealo; e sei até parar rodeio.
Sou assim, com pouco ensino, não conheço a moda nova, mesmo, assim, já tive a prova dessa vã filosofia... Não sei palavras bonitas; sou uma boneca de chita, mas não sou miss fantasia!
Gosto de ir aos fandangos dançar xotes e vaneiras; as tradições galponeiras eu cultivo, com prazer; faço delas o meu rito, e desses campos bonitos minha razão de viver.
Dizem que sou atrasada; uso o dialeto pampeano, carrego o dom franciscano pelas coisas naturais... Sou, mesmo, bem diferente do tal homem de postura que, em nome da cultura, faz coisas irracionais!
A resistência farrapa justifica o meu alento... Sou tão livre quanto o vento, que sopra sobre as campinas... Morrerei, se for preciso, por meu chão, que é um paraíso, e as belas tradições sulinas! |
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Autor:
Salvador Ferrando Lamberty |
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Poesia enviada Por:
Bombacha Larga - BrasÃlia / DF |
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Observações:
Atendendo ao pedido da Prenda Andréia, do Alegrete, publicamos esta poesia, indicada para a declamação de Prendinhas Mirins. |
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29/08/2011
21:34:21
Gilse Mello - São Gabriel / RS - Brasil |
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Parabéns pela letra desta poesia. Ela diz, realmente, como é uma prendinha aqui do interior. |
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Sítio:
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19/07/2010
13:21:05
Ana Michels - Venancio Aires / RS - Brasil |
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Há um tempo remoto declamei algo parecido, com bem menos estrofes. Tinha na época 8 anos. E um fato de que me orgulho é aquele em que engasguei, e o pessoal achou que eu havia esquecido da letra. Dei um soluço, outro sorriso, e continuei a versar, enquanto os aplausos aumentaram, puxados por meu pai. E isso era só um rodeio de gente de casa... |
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