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20/04/2010
11:13:11 |
MEU VELHO PAI |
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Um par de esporas sangrentas,
um mango de couro duro,
um chapéu velho empoeirado,
uma faca do cabo escuro,
um Schimitt trinta e oito,
um pala cheio de furo,
uma guaiaca sovada,
no mesmo prego seguro;
ao comtemplar fico triste,
seu dono já não existe,
só a saudade persiste
daquele gaúcho puro.
Meu pensamento vagueia,
perdido no infinito,
relembra o dono dos trastes,
que fora seu manuscrito;
quando montava um cavalo
era sempre favorito;
quer no rodeio ou na doma
seu trabalho era bonito;
na tropiada era um doutor,
nas domas um domador,
na cordeona um trovador
e na laçada um perito.
Assim foi meu velho pai,
como um laço de rodilha:
enquanto é novo se espicha,
nos chifres de uma novilha;
depois a morte golpeia,
só fica os trastes da encilha
pendurados na parede,
recordação pra família;
ele já não é mais nada,
num túmulo à beira da estrada,
uma cruz velha rodiada
de flores de maçanilha.
Oigalê! morte traiçoeira,
que chega como um pialo;
sessenta, setenta anos,
tira um homem do cavalo,
arranca dos filhos e netos
e atira dentro de um valo,
parece um Minuano chucro,
que leva a folha do talo.
Meu velho pai, que saudade
do seu carinho e bondade,
choro uma barbaridade,
quando no seu nome eu falo.
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Autor:
Teixeirinha |
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Poesia enviada Por:
Maria da Graça Rodrigues - Porto Alegre / RS |
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Observações:
Nesta poesia o saudoso Teixeirinha soube expressar o que é a dor de uma saudade, deixada por um pai!
Fala exatamente o que sinto pelo meu, que foi morar noutro rincão, deixando o meu coração apertadinho!
Maria da Graça Rodrigues
* Para ouvir a composição cantada por Teixeirinha Filho e Teixeirinha, acesses:
http://www.bombachalarga.com.br/ver_materia.php?id=63
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21/10/2011
17:30:13
Zenaldo Costa - Franca / SP - Brasil |
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Gostaria de saber se é possÃvel encontrar um poema de Teixeirinha, mais ou menos assim: "Antigamente eu era como toda gente, pensava o que falava, falava o que pensava, só bastou lhe conhecer já não sei o que dizer... o rio que corre sereno, como esses olhos morenos, que só sabem me judiar, por não ter o que falar, falo do cri-cri dos grilos... pobre de mim, eu não era assim... Grato! |
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Sítio:
***** |
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08/09/2010
21:01:52
ana laura - entre rios / RS - Brasil |
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Adoro suas poesias. |
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Sítio:
capoere |
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