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19/12/2009
15:08:55 |
MINHA LÃNGUA PORTUGUESA |
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Mistura de índio, de africano e luso;
ponta de lança e pata de cavalo
usei para marcar o chão que cruzo
e os limites da língua na qual falo.
À lei e ferro impus também o uso
deste idioma, em que vivo por amá-lo,
ao que veio depois, quase de intruso,
fugindo à fome que ia devorá-lo.
De gaúcho me chamam. Não me engano
co’a força do meu verbo e do meu braço,
pois ao traçar o mapa americano
eu cantava no idioma lusitano
e arrastava canhões com o meu laço,
gritando palavrões em castelhano! |
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Autor:
Paulo Monteiro |
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Poesia enviada Por:
Paulo Monteiro - Passo Fundo / RS |
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Observações:
Notas do Autor: Verso 1º – Referência aos três elementos formadores da nacionalidade brasileira, presentes em todas as tropas portuguesas envolvidas nas guerras de limites com as colônias espanholas e os estados delas originádos. Verso 2º – Aproveitamento de frase famosa do tribuno gaúcho João Neves da Fontoura, membro da Academia Brasileira de Letras, segundo o qual as fronteiras do Rio Grande do Sul foram traçadas a ponta de lança e pata de cavalo. Verso 5º – Referência à obrigatoriedade do ensino da língua portuguesa e em língua portuguesa em todas as escolas do território brasileiro, introduzida a partir do governo do sul-rio-grandense Getúlio Dorneles, durante o chamado Estado Novo. Verso 8º – Está historicamente comprovado que a maioria dos imigrantes europeus que vieram para o Brasil durante os séculos XIX e XX fugiam à crise econômica em seus países de origem. Verso 13 – Acostumados ao uso do laço em suas lidas diárias, os gaúchos, muitas vezes, empregaram-no como arma, inclusive, laçando canhões adversários. Verso 14 – Muitas interjeições usadas na linguagem popular são originadas de palavrões espanhóis. Exemplo “A La pucha”, de “A la puta que te parió”. |
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