
No achego do rancho
a tarde se espalha, sem pressa,
no entrevero do quarto vazio.
O gosto amargo do mate
se mistura com o que ficou de ti;
ilusão que se fez saudade,
vareio que se faz alarde.
São lembranças e coisas de guri,
de um tempo em que teu amor se dizia eterno;
mas, no desencanto de dias distantes,
teus pensamentos já não buscam por mim.
E o minuano, que me fere como relho,
faz mais longa a tarde,
e me prende em seu arreio.
Sou apenas um pouco do nada,
sou um louco neste devaneio...
que te espera - e te chama em canções,
na longa espera de um amor que se perdeu,
nos lamentos de mil orações...