Plantado num campo aberto,
Junto às flexilhas em flor...
O pé de angico diminui o calor...
No mais - bem descampado,
Facultando o pisoteio do gado,
Muralha de pedras recortadas
Ao largo duma velha estrada;
Lugar desabitado e deserto,
Para que almas desaforadas
Não assustem vivos de perto!
Ao contemplar a paisagem...
Até dá uma paz no espÃrito,
Embora seja fato empÃrico
Vislumbrando a fotografia,
Mas é um fato da geografia.
Aos poetas é tudo bem visto;
Ao poetastro, muito sinistro,
Transforma tudo em miragem.
Porém, ao poetizar, eu insisto
Em eternizar esta imagem!
Velho cemitério... conservado.
Depósito de quantos ancestrais?
Entes que não veremos mais.
Mas o ciclo aà não se encerra;
Todos voltam ao pó da terra.
Biblicamente a tese é profética;
Formando-se novas genéticas,
ContinuÃsmo do nosso legado.
A natureza, com razão cética,
Reconstrói tudo nesse bailado!
Marcantes histórias de vidas
Estão fenecidas nesse campo,
Certamente regadas a pranto
De alguns amigos que ficaram.
Talvez, outros testemunharam,
De um jeito bastante contido;
Agrego, aÃ, os mal-agradecidos.
A tal morte, é muito atrevida;
Quando decreta seus castigos,
A decisão em glória é cumprida!
No entanto, a beleza do cenário
Não sofre nenhuma maculação;
vi coçar-se numa cruz o alazão,
Parecendo acariciar o seu dono.
Implorando de certo, o retorno
Daquele centauro, ao serigote;
O flete relinchava entre pinotes,
Transformando-se este lendário
Num preso livre, inato mascote
De gratos trejeitos perdulários!
Aqui no pampa temos a prova
Que com toda perÃcia e calma...
Não podemos ressuscitar a alma.
Devagar... transcende o tempo...
Envelhecemos a cada momento.
Assim... Todas as vivas criaturas
Ao pó voltam. Está na escritura.
O pasto vai encobrindo as covas
De quase todas as sepulturas.
É o fim e o inÃcio de vidas novas!