Eu tenho
molduras nos olhos,
para enquadrar as distâncias
das andanças nas coxilhas.
Eu tenho
a templa caudilha
e a velha gesta altaneira
repinicando nas veias.
Eu tenho
a fibra guerreira
e a nostálgica tristeza
das mulheres pampeanas.
Eu tenho
o cheiro da terra
aquerenciado na alma
e uma vertente de versos
guardados no pensamento.
Se a palavra me faltar,
pra expressar tais sentimentos,
hei de buscar, por alento,
a inspiração das ausências
contidas no meu cantar!
Vou dar rédeas às minhas ânsias!
E pra exaltar a querência
vou reascender a esperança
que nasce junto dos sonhos,
quando a saudade avoenga
desencilha as rimas soltas
- dessa ternura louca -
entropilhadas no olhar!