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Tchê Barbaridade: O Rio Grande me criou, de Walther Morais Volmir Dutra e Marcelo Noms |
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23/09/2007
22:00:21 |
PORQUE O AVESTRUZ CHOCA OS OVOS... |
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Estórias que as mulheres contam... Estória para mães e pais contarem aos seus filhos, na hora de dormir.
No tempo em que somente os bichos povoavam a terra, as funções que hoje são desempenhadas pelos homens eram desempenhadas pelos bichos. O Jaguar, por ser muito valente, era delegado de polÃcia; o Quero-quero era sentinela; o João-de-Barro era construtor de casas; e assim por diante. O Avestruz, proteger pernas compridas e ser muito rápido, era carteiro. Sim, carteiro! Lá ia ele, de ranchinho em ranchinho, levando cartas. Certa ocasião, a mulher do Avestruz estava chocando ovos, do quais, depois, nasceram uns avestruzinhos muito bonitinhos. Mas a mulher do Avestruz adoeceu. Então o marido foi à venda do Capincho buscar remédio para a mulher que não podia sair de casa, pois precisava estar chocando os ovos. Na venda, que era um ambiente de gente meio vagabunda, estavam festejando a chegada de um Tangará muito cantador, tocador de viola, que tinha vindo de Cima da Serra. A festa se animou quando o Tangará começou a trovar em desafio com o Anu, que era também muito cantador. O Avestruz – que tinha ido lá somente para buscar o remédio para a mulher – começou a se entusiasmar com a festa; bebeu cachaça, se embriagou e só acordou no dia seguinte, quando o sol já estava alto. Só, então, se lembrou da mulher. Comprou o remédio e voltou depressa, o quanto a perna dava. Mas, quando chegou à casa a mulher tinha morrido. Louco de remorso, o Avestruz pôs-se sobre os ovos para terminar de chocá-los. Um tempo depois nasceram os filhotes, mas piando muito tristes porque não tinham mãe, eram guaxos. E desde aà – para que se lembrem dos deveres de famÃlia – os avestruzes passaram a chocar os ovos, isto é, o macho é que choca e não a fêmea. É a mesma coisa que se, num galinheiro, o galo fosse para o choco e a galinha ficasse cantando: có-co-ró-co-có... (LESSA, Barbosa. Estórias e Lendas do Rio Grande do Sul. São Paulo: Livraria Literart Editora, 1960) |
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Autor:
Estória coletada por Barbosa Lessa |
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Observações:
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21/09/2008
10:32:04
Jaime Benedetti - Criciuma / SC - Brasil |
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Estupendo! Não conhecia este site. PARABéNS! Mesmo morando neste estado vizinho, a saudade é grande! |
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Sítio:
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