|
Tchê Barbaridade: O Rio Grande me criou, de Walther Morais Volmir Dutra e Marcelo Noms |
|
|
|
|
 |
17/05/2008
21:50:12 |
A ORIGEM LENDÃRIA DE SANTA MARIA |
............................................................................ |

Aristilda Rechia
Conta a lenda que na tribo dos Minuanos, um dos grupos indÃgenas habitantes nas margens do riacho Itaimbé, morava ImembuÃ, uma Ãndia muito bonita, de tez clara, cabelos longos e olhos muito negros. Seu nome significa a salva das águas, pois ela nasceu quando sua mãe, a Ãndia Yboquitã, banhava-se nas águas do arroio. Era uma jovem muito querida e admirada por todos de sua tribo e despertava interesse dos jovens Ãndios das tribos vizinhas. Acangatu, um jovem Ãndio da tribo dos Tapes, que habitavam a outra margem do arroio Itaimbé, apaixonou-se por ImembuÃ, e para testemunhar seu amor e sua coragem, todos os dias trazia-lhe uma caça como presente. Porém, a jovem Ãndia tinha por ele somente uma afeição de irmã. Certo dia encheu-se de coragem e disse a Acangatu o que sentia por ele. O Ãndio, decepcionado, ferido em seu amor próprio, embrenhou-se na floresta e ninguém mais o viu na aldeia. Nessa época, um grupo de bandeirantes que regressava da Colônia do Sacramento, provavelmente na segunda metade do século XVII, onde haviam ido levar provisões para a Guarnição Portuguesa, avistou a aldeia dos Minuanos e julgou eles presa fácil, pois só avistaram, de longe, uma manada de cavalos, pacificamente pastando. Os bandeirantes costumavam apreender Ãndios, escravizá-los e levá-los para São Paulo, a fim de trabalharem nas lavouras. De longe viram apenas uma cavalhada tranqüila. E atacaram a aldeia. Entretanto, surpreendente engano: em cada cavalo um guerreiro escondia-se no flanco oculto da montaria. Os minuanos, avisados, por seu vigia, do perigo que se avizinhava, em violenta carga dizimaram os atacantes. Os que não foram mortos fugiram ou foram feitos prisioneiros. O bandeirante português, Rodrigo, que estava entre os prisioneiros, foi também condenado à morte.

O prisioneiro tocava uma música dolente no seu violão e cantava a saudade de sua terra e o destino triste que o levava a um doloroso fim. Era um moço simpático e valente. ImembuÃ, ouvindo seu canto e admirando aquele rosto bonito, comoveu-se e sempre se aproximava dele para ouvi-lo cantar. Seu coração jovem e sensÃvel apaixonou-se por Rodrigo, e sabendo do destino cruel que o aguardava foi suplicar a seu pai, o Cacique Apacani, para que o poupasse da dura sorte. Este, que não negava nem um pedido de sua filha, atendeu-a, tendo Rodrigo passado a viver com os Ãndios. Foi realizado o casamento de Imembuà e Rodrigo, em grandes festas, de acordo com o ritual indÃgena. A partir daÃ, Rodrigo passou a chamar-se Morotin. Casaram-se, mais tarde, nas Missões, onde também foi batizado o filho deles, José. O indiozinho José tornou-se um jovem forte e corajoso, e começou a afastar-se de casa, exercitando-se como caçador. Sua mãe sempre o recomendava para que tomasse cuidado, pois, como ele ainda era um menino, poderia ser uma presa fácil de alguma fera faminta. Um dia José embrenhou-se na mata para caçar e se perdeu. Não conseguiu encontrar o caminho de volta. Seus pais procuraram-no por toda parte, em vão. O menino havia desaparecido. Talvez um animal o tivesse ferido, ou uma cobra venenosa o tivesse picado. Imembuà muito chorou e desaparecimento do filho. José, perdendo o caminho de casa, foi andando, andando pela mata, até que anoiteceu. Aconchegou-se no oco de uma árvore, abrigando-se do frio e das feras e aà passou a noite. E no dia seguinte, continuou a andar. Muito andou, até que chegou à s margens de um grande rio, encontrando uma choupana, habitada por um Ãndio que o acolheu. Conversando com o Ãndio, José contou-lhe sua história. O homem, comovido, dispôs-se a ajudá-lo, conduzindo José até a sua aldeia. José, considerado perdido, teve um retorno alegremente comemorado por todos. Imembuà e Morotin, agradecidos ao homem que encontrara o seu filho, convidaram-no a participar da alegria de toda a tribo. Reconheceram nesse homem o Ãndio Acangatu, que já havia se curado de sua paixão por ImembuÃ. De acordo com essa lenda, Santa Maria teve sua origem no amor que uniu uma Ãndia com um branco, nas margens do Arroio Itaimbé, que hoje corre canalizado sob o calçamento do Parque Itaimbé, naquela cidade Coração do Rio Grande! |
|
............................................................................ |
|
|
|
Autor:
Aristilda Rechia |
|
Observações:
Aristilda Rechia é natural de Santa Maria/RS. Formada em Letras, é Poeta, Declamadora, Escritora, Pesquisadora, Fundadora e 1ª Presidente da Associação Santa-Mariense de Letras e a autora da letra do Hino Oficial de Santa Maria. Fonte: Portal de Turismo de Santa Maria - www.santamariatur.com.br |
|
|
|
|
|
|
23/06/2009
12:47:09
camila mendonça do rio - santa maria / RS - Brasil |
|
Achei muito bonita essa história |
|
Sítio:
***** |
|
|
|
|